Marcela Benvegnu
George Balanchine (São Petersburgo, 1904 - Nova York, 1983) foi um dos maiores coreógrafos do mundo. Certamente o mais musical e também um dos mais conhecidos internacionalmente. Foi o responsável por dar um toque contemporâneo à dança clássica, que por muitos foi entendido como estilo neoclássico.
Sua dança totalmente nova e ousada para época — em meados de 1924 — foi criada a partir dos estilos dos balés clássicos francês, italiano e russo. Balanchine começou a dançar aos 10 anos e se formou aos 17, pela Escola de Bailado do Estado Soviético.
Estreou como coreógrafo em 1923, com um pequeno grupo de bailarinos entre os quais estava Alexandra Danilova (1903-1997), que posteriormente dançou pelo Marinsky Ballet, Ballets Russes e Ballet Russe de Monte Carlo.
No ano seguinte, durante uma turnê internacional de sua companhia, apelidada de “Os Bailarinos do Estado Russo”, fugiu com os bailarinos para o ocidente. Foi quando ingressaram na Companhia de Sergei Diaghilev (1872-1929) — criador dos Balés Russos — e ele coreografou “La Pastorale”, “Jack in the Box” e “Triumph of Neptune”.
Com a morte de Diaghilev, Balanchine tornou-se o primeiro coreógrafo do Ballet de Monte Carlo e, a convite de Lincoln Kirstein (1907-1996), partiu para os Estados Unidos em 1933, para fundar a Escola de Ballet Americano (School of American Ballet). Desde então, numa sucessão de trabalhos e aventuras que culminou com a fundação do New York City Ballet, Balanchine passou a liderar o bailado na América do Norte, juntamente com Kirstein.
A produção de seus tranalhos ultrapassa 80 obras, sendo que as mais significativas são “Serenade”, “Le Baiser de la Fée”, “Ballet Imperial”, “Night Shadow”, “Theme and Variations” e “Quatro Temperamentos”.Considerado o mestre do bailado abstrato com base de inspiração na música, Balanchine chegou a influenciar coreógrafos como William Dollar, John Taras e Todd Bolender.
Como diretor artístico, além de coreógrafo, menosprezava o cenário e os figurinos — em parte por razões financeiras — em parte devido às suas concepções sobre a relação entre a música e o movimento. Balanchine teve poucos intérpretes homens, deixando o balé principalmente para as mulheres. Suas coreografias sempre mostram movimentos diferentes, com muitas torções de tronco e quadris. Hoje, seus trabalhos são remontados em todo o mundo.
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