Marcela Benvegnu
Os olhos azuis de Maurice Béjart, 80, um dos maiores coreógrafos do mundo se fecharam para sempre ontem em Lausanne, na Suíça, onde o francês morava e dirigia o Béjart Ballet Lausanne desde 1987. O artista, que tinha problemas de saúde há anos e foi hospitalizado na semana passada para ser submetido a um tratamento cardíaco e renal estrito que deveria durar várias semanas, não resistiu.
Acostumado a dizer que não temia a morte porque ela era uma certeza, o coreógrafo de “Bolero” — uma de suas mais famosas coreografias — , de Maurice Ravel (1960) declarou uma vez à agência de notícias suíça que o ser humano morre sempre a tempo e que o tempo é contado de maneira diferente para cada um. Segundo a assessora de imprensa de Béjart, Roxane Aybek, em entrevista ao
“Estamos muito tristes em anunciar a morte de Béjart. Perdemos um coreógrafo que revolucionou a dança no século 20 e que era o diretor de uma das mais importantes companhias de dança do mundo”, disse Roxane. “Ele dirigiu a mesma companhia por mais de 50 anos sem interrupções sob diferentes nomes. Muitos bailarinos estão perdendo um pai, um mentor, um inspirador. E nós, estamos perdendo um amigo, um criador, visionário e humanista”, disse Peter Berger, presidente da Fundação Béjart Ballet Lausanne, em e-mail enviado ao
A morte do coreógrafo não irá interromper as turnês e a programação de sua companhia de dança. O grupo prepara a estréia de “A Volta ao Mundo em 80 Minutos” (“Tour du Monde en 80 Minutes”), para o dia 20 de dezembro em Lausanne. Depois seguen em turnê mundial. As apresentações serão em homenagem a memória do ícone que dizia que a dança era a combinação de tempo com espaço e a música era o tempo e o movimento que ocupam este espaço. A continuação da companhia está garantida por contrato pelos próximos três anos.
Béjart criou aproximadamente 250 balés e mostrou um novo modo de se fazer dança com “Symphonie Pour Un Homme Seul” sobre a música de vanguarda de Pierre Henry e Pierre Schaeffer.
Um comentário:
pois é Marcela, é eu perdi mais um ídolo...ainda bem que a sua arte é eterna e poderemos desfrutá-la por mais umas centenas de anos.
parabéns pelo texto, beijo grande!
Bia Mattar
Florianópolis
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