Marcela Benvegnu
O investimento é alto: em 2008 serão destinados R$ 49,6 milhões para a dança no Estado de São Paulo. O anúncio foi feito ontem, às 11h, na Sala São Paulo — sede da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) — pelo secretário estadual de Cultura, João Sayad, acompanhado do prefeito da cidade de São Paulo, Gilberto Kassab, e do governador José Serra. A verba será usada na criação da São Paulo Companhia de Dança (SPCD), na construção de um teatro para abrigá-la e na liberação de recursos, por meio do Programa de Ação Cultural (PAC), para grupos de dança do Estado. Os grupos e companhias de Piracicaba podem receber parte dos recursos mediante a aprovação de seus projetos nos respectivos editais de seleção do PAC.Da verba total, a maior parte dos recursos — R$ 34 milhões — será investida na desapropriação da área da antiga rodoviária e prédios anexos, no bairro da Luz, para a construção do novo teatro, com área total de 16.501 metros quadrados; R$ 13 milhões irão para a manutenção da SPCD em seu primeiro ano, um valor estimável quando é feita a seguinte comparação: o Balé da Cidade de São Paulo (BCSP) — corpo estável do Teatro Municipal de São Paulo — que completa 40 anos em 2008, receberá este ano verba estimada em R$ 700 mil. “É uma previsão. Tomara que recebamos tudo”, torce Mônica Mion, diretora do BCSP.
Feitas as contas, o valor destinado realmente à dança será de R$ 2,6 milhões. Desses, R$ 1,4 milhão irá para o PAC, direcionado a grupos de dança privados — 52% a mais do destinado em 2007 —; R$ 600 mil na manutenção da programação do Teatro Itália; R$ 300 mil para festivais de dança no Estado, e R$ 300 mil para projetos relacionados a danças folclóricas. No ano passado, o projeto Batuque de Umbigada, de Piracicaba, foi contemplado pelo PAC.COMPANHIA
FORMATO — A São Paulo Cia. de Dança será composta por até 40 bailarinos. As audições acontecem em Belém, Recife, Brasília, Porto Alegre, Buenos Aires e São Paulo — no dia 23 de fevereiro — com audição final em 24 de fevereiro. Audições na América do Norte e Europa ainda podem ser definidas. Porém, não será preciso viajar tão longe para encontrar bons bailarinos.A companhia realizará montagens de excelência artística, tanto pela relevância das obras quanto pela qualidade técnica dos bailarinos. O repertório será abrangente, incluindo obras dos séculos 19, 20 e 21. As montagens poderão abordar as grandes peças do repertório clássico e moderno, mas abrirão espaço para a criação contemporânea de coreógrafos nacionais e internacionais.
CEDAN — Modesta, mas não menos importante, a Companhia Estável de Dança (Cedan) de Piracicaba deve mesmo sair do papel este ano. Aprovada em redação final pela Câmara de Vereadores no dia 25 de outubro de 2007, a Cedan, vinculada à Secretaria Municipal da Ação Cultural, tem por finalidade incentivar e possibilitar a criação de um corpo de baile amador permanente, que apresente periodicamente espetáculos, propiciando a formação teórica e prática do bailarino.A companhia será composta por um elenco de até 20 intérpretes, a serem escolhidos por meio de seleção. Uma licitação para a direção artística da Cedan deve ser aberta no mês de fevereiro. Segundo a secretária da Ação Cultural, Rosângela Camosele, o orçamento deve atingir R$ 40 mil, como o da Ceta (Cia. Estável de Teatro Amador), que está sem diretor artístico no momento.
PAC — Grupos e companhias piracicabanos também podem receber verba do PAC (Programa de Ação Cultural). Em 2008, serão apoiadas propostas de pesquisa, companhias de médio porte, produções independentes, circulação de grupos, núcleos, coletivos e companhias consagradas, a partir da experiência de duas edições do programa (2006-2007) e de reflexão sobre o panorama de editais municipais (Fomento à Dança/Secretaria Municipal de Cultura) e federais (Prêmios Klauss Vianna).
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