sexta-feira, 23 de maio de 2008

Os slydes de Mr. Jimmy


Marcela Benvegnu
Às vésperas do dia 25 de maio — Dia Internacional do Sapateado e Dia do Sapateado no Brasil, bem como suas comemorações, com destaque para o Sapateia São Paulo — o gênero perde um dos seus maiores precursores. Nem todos, ao ouvirem falar de James Titus Godbolt, americano, nascido em 27 de outubro de 1927, em Atlanta, na Georgia, sabem que ele é Jimmy Slyde, astro que ficou conhecido por seus slydes — que significam deslizadas. Slyde morreu no último dia 16, aos 80 anos, em sua casa, em Hanson.

Segundo matéria publicada no jornal "The New York Times", (Jimmy Slyde, Dancer and a Giant of Rhythm Tap, Dies at 80), no último sábado, Mr. Slyde — como era chamado — estava com a saúde debilitada há meses. Sem dúvida, ele era um dos maiores sapateadores do mundo. Além de ser um dos responsáveis por levar o swing e o bebop para a Broadway e para o cinema, foi o "gigante" do rhythm tap — tendência oriunda dos negros americanos que trabalhavam com certo refinamento rítmico — com sua grande musicalidade, impecável timing e habilidade.

O primeiro encontro de Mr. Slyde com as artes veio da música. Quando criança, em Boston, sua mãe queria que ele aprendesse violino e, pelo que se sabe, era um bom instrumentista. O sapateado entrou em sua vida ainda criança. Ele começou a fazer aulas em Massachusetts, no estúdio de Stanley Brown, em paralelo às aulas de violino no New England Conservatory. Quando jovem já se apresentava com big bands pelo mundo. Trabalhou com Count Basie, Duke Ellington, Louis Armstrong e outros grandes instrumentistas do jazz.

Sua dança também atingiu a Europa. Em meados de 1970, Mr. Slyde foi para Paris, onde com a ajuda de Sarah Petronio — sapateadores — introduziu o rhythm tap. Na França, ele também atuou no famoso "Black and Blue," que estreou em 1985 por lá, e depois, em 1989, na Broadway. Mr. Slyde ainda pode ser visto em "Tap," com Gregory Hines e Sammy Davis Júnior, e em "The Cotton Club," "Round Midnight", entre outros filmes.

Mesmo depois de consagrado, seu prazer ainda estava em dar aulas e participar de jam sessions. Muitas delas feitas na La Cave, uma boate de Manhattan, em Nova York, que atraía estrelas do sapateado contemporâneo, como Savion Glover, Tamango, Max Pollak e Roxane Butterfly.
Mesmo longe dos grandes festivais de sapateado, seu nome sempre é lembrado. Uma de suas mais famosas frases era "Eu não sou um homem de executar rotinas. Se você dança, está traduzindo alguma coisa, especialmente se você está sapateando. Você mesmo está fazendo sons. Diferentes bailarinos têm diferentes sons. Alguns têm um som mais pesado, outros dançam com mais leveza. Eu sou extremamente orientado pelo som. O sapateado combina perfeitamente com a música, é a soma de tudo em um".
Crédito: Jack Vartoogian FrontRowPhotos

Um comentário:

Maiára Corrêa disse...

Nossa que maluco, só estava aparecendo post até março aqui, daí quando eu comentei no post de março apareceram os outros atuais... bom, está comentado lá... Bjos

Thank you, Dance!

by Judy Smith "