Marcela Benvegnu
A companhia espanhola Lanònima Imperial — fundada em 1986, em Barcelona — aterrissa no Brasil este final de semana para se apresentar no tradicional TD — Teatro de Dança, em São Paulo. A peça escolhida foi “Variacions Al-leluia”, que sobe ao palco do espaço nos dias 8 e 9 de abril, às 21h. O grupo vem ao país como convidado pelo Centro Cultural da Espanha em São Paulo, da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento.
Sob direção de Juan Carlos García, o Lanònima Imperial — que já se apresentou em mais de 25 países e três continentes — apresenta um espetáculo de dança contemporânea em que o movimento, combinado a uma dramaturgia simples, cria cenas lúdicas como se fossem brincadeiras de criança, que falam sobre a presença de seres terríveis e temerosos. Porém, essas criaturas são apenas pretextos para criar situações de movimento descentrado, rápido, ágil e sinuoso, acompanhados pela cantora e guitarrista Mürfila, uma personagem doce e perversa.
A obra se desenrola repleta de atmosferas em claro-escuro, de folguedos de crianças que lembram os contos de terror e mistério. Um objeto inflável, branco, com volume e leveza, sugere que os bailarinos se tornaram anjos caídos e evoca a presença de monstros terríveis, gerando medo e ansiedade. “Terrores, horrores, pesadelos, angústias, espantos, violências, pavores e sustos. Não há nada mais atraente quando você sabe brincar com isso”, fala o coreógrafo.
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COMPANHIA — A Lanònima Imperial é uma companhia que transita bem entre os grupos internacionais. As peças da companhia foram co-produzidas por renomados festivais, teatros e centros de criação europeus, como o Vooruit Centre de Gent, na Bélgica; o Theater im Pfalzbau, de Ludwigshaten, na Alemanha; o Holland Dance Festival, de Amsterdã; o Festival Oriente-Occidente, na Itália; e outros. Entre seus últimos trabalhos destacam-se “Liturgia de Sonho e Fogo” (2000), baseada no mito de Prometeu; “Scala 1: Infinito” (2002), de inspiração futurista; “Orfeo” (2003) e “Orfeo Concert” (2004), baseado no mito órfico, o infantil “O Mar de Formas” (2005), e “Na Noite Ferida pelo Raio” (2006).
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COREÓGRAFO — Juan Carlos García desenvolveu sua carreira entre o Institut del Teatre de Barcelona, o Centre National de Danse Contemporaine d’Angers, na França, sob a direção de Viola Farber, e Nova York, onde estudou com diferentes professores de dança clássica e moderna. Além de seu trabalho na companhia, criou coreografias para importantes grupos como o Ballet de Saragoça, a Komischen Oper de Berlim, o Maggio Danza Fiorentino, a Deutsches Oper, o Dresdner Musikfestspiele, o Ballet Gulbenkian, e recentemente para o Diversions Dance Company. Suas peças foram incorporadas aos repertórios de companhias estrangeiras, como no caso do grupo de Gregor Seyttert com uma versão de Landschaft mit Schaten, peça estreada pela Komischen Oper, ou a Itzi Galili Dance Company, com “Eco de Silêncio”.
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