sexta-feira, 7 de maio de 2010

NOVO sentimento de NOVO


Marcela Benvegnu


Me perguntei muito se ia dar certo de novo. Se a emoção seria a mesma. Se os olhares se encontrariam novamente. Se a gente teria força para fazer. Se seria "perfeito" como o da primeira edição. Se as pessoas iam gostar. Se os professores seriam bons. Se teríamos alunos suficientes para pagar as contas. Se aconteceria de novo. Eram muitos "ses"....

Até que em um momento, quando o medo bateu e a Erika me perguntou: "Amiga, você ainda acredita e dança a nossa ideia, não é?", os "ses" se derreteram. A resposta saiu do coração e não poderia ser outra a não ser que eu acreditava e que a gente dançaria essa ideia juntas ainda por muitos e muitos anos, mesmo "se" a gente tivesse que vender o carro. No ano passado Erika me disse: "Se a grana não der eu vendo o carro". Eu acredito no projeto, mas antes acredito na nossa paixão, na nossa seriedade, na nossa forma de acreditar na dança e, sobretudo, no jazz. É por isso que dá certo. Já disse ano passado e digo novamente: O sim de uma é o sim da outra. A gente ja se entende por olhares. Não somos somente sócias. Não somos colegas. Somos amigas. Amigas de verdade. Respiramos o mesmo sonho.

Não foi fácil não. Depois que chegamos de NYC muito aconteceu. É a Suzi Taylor que estava contratada e engravida... a Rose Calheiros que não consegue embarcar. As inscrições que demoraram a decolar.

Mas num outro "e", as coisas foram dando certo, as inscrições se esgotaram e tivemos a lista de espera, a Sheila se revelou uma pessoa adorável e uma grande professora, o Josh mostrou que vai além da beleza física e é um professor que nos faz ter vontade de só olhar a sua dança, respirar o seu movimento, e Sue querida, que aceitou o convite no quinto tempo e embarcou de um dia para o outro com um programa completamente diferente do ano passado. Os brasileiros também mostraram o que fazemos por aqui. E com o tempo, com a respiração de 130 pessoas juntas, fomos sentindo outro tipo de emoção. Dançamos juntos. De novo. Criamos um novo círculo de amor. Que não tem começo, meio ou fim. Uma aliança. Nova, de novo.

Nos questionaram que a emoção era diferente do primeiro ano. Me questionei. Questionei a Erika. E descobri que não deveria e nem seria mesmo igual ao da nossa primeira edição. Isso porque cada vez que nos juntarmos para dançarmos a ideia do Congresso de Jazz Dance outra vibração estará no ar. Não tem como sentir a mesma coisa de novo.

O amor estava lá. O frio na barriga de dar certo. A vontade louca da Erika em ler os relatório de avaliação antes da entrega do certificado (de novo, mas eu já me acostumei). Os olhos brilhando dos alunos ao fim de cada aula. A alegria de acertar um passo difícil. O prazer em superar os seus próprios limites. As lágrimas em ouvir as lindas palavras da Sheila no último dia. O orgulho em dançar para si. O amor em se descobrir como um ser único.

Assim também é o Congresso. Único com suas particularidades, limitações. Único em sua essência de pensar. Não é unipotente. Só é único como todos que viveram aqueles intensos quatro dias com a gente.

Como precisamos das pessoas. Como precisamos de vocês. Como precisamos dos professores. Como preciso da Erika. A gente não dança essa ideia sozinhas. Precisamos sim, sim e sim de todos de novo. De todos que acreditam no nosso sonho, que vem de longe, de perto. Que dormem no alojamento, no hotel, na casa do amigo. Que trazem o dinheiro contado, que compram tudo na lojinha. Que tem experiência, que ainda estão aprendendo. Novos. Novo. Os de novo. Sempre.

O Congresso do Jazz e do amor aconteceu sim, novamente. Aconteceu dentro da gente. E agora, quando olharmos as fotos, quando vestirmos a camiseta vermelha que está guardada dentro do armário, quando começarmos a planejar a terceira edição (já começamos na verdade)... quando olharmos para trás e virmos que a lembrança, virou memória... estaremos contruindo história. História da dança, do jazz, da vida. E você é tão responsável por ela quanto a gente.

Obrigada mais uma "única" vez.

Até 2011, quando vamos dançar essa idéia, com um sentimento NOVO de novo!

2 comentários:

Clará disse...

Clap clap clap clap!

Marcela, vc acertou em cheio ao conseguir transformar em palavras essa sensação que não sai do nosso corpo, mesmo dias depois do Congresso! DE NOVO!

Bjos e saudades já!

Anônimo disse...

Menina Linda,

Siga sempre seus sonhos...porque o impossível só demora um pouco mais.

Thank you, Dance!

by Judy Smith "