Marcela Benvegnu
A palavra caos é formada a partir de um termo grego que significa abismo e precipício, mas que também carrega a idéia de vazio, ausência e falta de organização. É esse caos — que revela corpos caóticos e estranhos, e ao mesmo tempo, não existe para o um mundo de ritmos — que norteia o novo espetáculo da MN Cia. de Dança, de Belo Horizonte, “Do Ritmo ao Caos”.
O trabalho de pesquisa de movimento (de dança contemporânea) da coreografia foi feita pelos próprios intérpretes — Cristiano Bacelar, Joana Wanner, Joelma Barros, Júnio Nery, Nicole Blach, Rosa Antuña e Vanilton Lakka — com orientação e direção do coreógrafo Mário Nascimento e música — especialmente composta para a peça — de Fábio Cardia. As premissas da apresentação partem para a busca de respostas de paradoxos.
Com o corpo, a companhia tenta responder questões do tipo: como achar segurança na instabilidade; como encontrar beleza no equilíbrio; como ter identidade no heterogêneo, no diferente, e como encontrar certeza no indeterminado. “A principal idéia do espetáculo é mostrar que existe organização na desordem”, fala Nascimento.
A questão da violência também está na cena. “Na montagem vivemos um fato real, um dos bailarinos foi assaltado e levou um tiro, e usei isso na coreografia. “Como estar seguro e ao mesmo tempo exposto?”, questiona Nascimento. A parceria de mais de 10 anos de Nascimento e Cardia vem dando certo. “Ele compõe para a gente há mais muito tempo. Acho que esta peça foi uma das mais lindas que ele assinou até hoje. Na verdade, a idéia inicial do trabalho foi dele”, completa Nascimento.
MN —
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