Marcela Benvegnu
Com cenas que remetem às fotonovelas e ao cinema mudo, a peça coreográfica “As Formas Eram Já Mera Ilusão da Vista”, do Avoa Núcleo Artístico, de São Paulo, é a atração de amanhã, às 17h e 20h, do projeto Sesi Dança 2007, no Teatro Popular do Sesi Piracicaba. A montagem, que sugere situações que transitam entre o romântico, o irônico e o cômico, utilizam artifícios como projeções de imagens e recortes de luz. A entrada é gratuita mediante retirada de ingresso antecipada uma hora antes do início da apresentação na bilheteria do teatro.
Com concepção, direção e interpretação de Gil Grossi e Luciana Bortoletto, “As Formas Eram Já Mera Ilusão da Vista” — que tem 40 minutos de duração — foi inspirada em fotos clássicas de casais, na sensação de expectativa vividas pelas pessoas instantes antes de serem fotografadas e também em fotonovelas. O trabalho do grupo, existente desde 2000, iniciou cerceado por uma técnica denominada fotodança que soma o estudo da dança contemporânea, relação cênica, clown e improvisação, com elementos da fotografia.
“O Gil (Grossi) é fotógrafo e eu apesar de ser bailarina também atuo na área. Assim, desenvolvemos uma pesquisa de linguagem pautada pelo corpo que é um híbrido e pela forte questão da imagem”, fala Luciana. “Unimos a dança e a fotografia para desenvolver as cenas do trabalho. O enquadramento, o foco, os planos de imagem estão equilibrados dentro da composição cênica”.
A pesquisa nasceu em 2004 com uma performance chamada “Pontos de Vista”. “Depois de um tempo que ela virou espetáculo”, conta a bailarina. “Hoje, ‘As Formas Eram Já Mera Ilusão da Vista’ tem um formato bem intimista que é para ser visto de perto mesmo. É um trabalho que evoca emoção e memória. “São emoções provocadas por meio das imagens e como associamos isso às fotonovelas e até as novelas mexicanas também demos voz aos dramas dos casais”.
Em cena, Luciana e Grossi estabelecem uma relação simbiótica. “Como somos muito diferentes procuramos que o contraste físico de idade e biotipo vire mote para à concepção”, fala Luciana, que juntamente com Grossi trabalham em um projeto paralelo denominado dança haicai, oriunda da necessidade investigar a transformação da imagem contemplada em movimento dançado. Entre os principais trabalhos da companhia destacam-se, “O Que Passa”, “Toca” e “A Hora do Espelho
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