Crédito: Cíntia Bracht
Marcela Benvegnu
Entre os dias 9 e 27 de agosto, a Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, por meio da Associação Paulista dos Amigos da Arte, realiza a mostra de dança Expande Dança em três espaços da cidade: no tradicional Teatro de Dança (Centro), na Casa das Rosas (Paulista) e no Circo Escola Águia de Haia (Ermelino Matarazzo). A abertura do projeto acontece oficialmente amanhã, às 20h, no Teatro de Dança com o espetáculo “Olhos Fechados no Sol”, baseado nas percepções do coreógrafo escocês Mark Sieczkarek, para o lançamento da Porto Alegre Cia. de Dança, que conta com a participação da piracicabana Luisa Banov.
“Olhos Fechados no Sol” mostra como um mesmo local pode abrigar o céu e o inferno. No espetáculo, o inferno é retratado pelo lixo, que está em todas as partes e do qual todos querem se afastar. O céu é retratado pelo mar, sua beleza e paz. Na obra de Sieczkarek, entretanto, a arte é capaz de mostrar como o lixo pode ser belo e luxuoso — e como não se pode definir o que é o céu e o que é o inferno.
Uma das inspirações para a montagem é a usina de reciclagem da Associação de Catadores de Materiais Recicláveis do Movimento dos Direitos dos Moradores de Rua, de Porto Alegre, que o coreógrafo visitou diversas vezes. A experiência que teve em meio aos trabalhadores ajudou no processo de criação. “A dignidade que estas pessoas conquistaram trabalhando com lixo, sua força de vontade e alegria de viver são inspiradoras,” diz Sieczkarek, que atua na coreografia.
Ao som de Dona Edith, Cat Power, grupo Olá Odum Orim, Gustav Malher, Arnaldo Antunes, Erik Satie e Caetano Veloso, a Porto Alegre Cia. de Dança dá corpo à pesquisa feita na usina de reciclagem e entre contrastes e paradoxos reverencia — de forma não linear — pequenos gestos, que vão aos poucos modificando o olhar do público.
Dia 16 de agosto a programação chega à zona leste, no Circo Escola Águia de Haia, onde se apresentarão grupos, escolas e coletivos da região. No programa também estarão os criadores-improvisadores Diogo Granato (São Paulo) e Dudude Hermann (Belo Horizonte), além da Companhia Brasileira de Danças Clássicas de São Paulo, com uma récita balés clássico de repertório.
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