Marcela Benvegnu
“Chopiniana”, também conhecido como “Les Sylphides” – esse é o seu nome mais popular - é um balé de um único ato baseado em obras do músico Frédéric Chopin (1810-1949). Apresentado pela Escola do Teatro Bolshoi no Brasil (ETBB), no encerramento do festival Meia Ponta, no Teatro Juarez Machado, na quarta-feira, o balé começou a ser coreografado por Mikhail Fokine (1880-1942), em 1907, porém, somente dois anos depois foi apresentado na íntegra no teatro Maryinsky em São Petersburgo.
Isso porque Fokine primeiro coreografou “Opus 64, nº 2”, de Chopin para Anna Pavlova (1881-1931). Em 1908, coreografou uma marzurka e uma valsa, que deu o nome de, “Danses sur la Musique de Chopin” para um corpo de baile e finalmente em 1909, o balé completo. No dia da estréia, Serguei Diaghilev (1872-1929) esteve presente e propôs que a montagem fosse incorporada aos seus Ballets Russes. Assim com a inserção de novas músicas, a montagem final conta com 34 minutos.
Quando coregrafada, “Chopiniana” foi considerada revolucionária por utilizar novas técnicas de dança clássica, estas que os alunos da ETBB souberam reconhecer na remontagem da professora Galina Kravchenko em tom de romantismo. O balé tem como cenário um bosque onde um jovem sonhador está cercado de sílfides bailando ao seu redor. Não existe uma história. O cenário e o tema das sílfides serve para que a coreografia criada por Fokine tome forma.
O elenco formado por bailarinas entre 14 e 19 anos apresentou um trabalho limpo, que encantou o público – muitos de pé pela falta de lugares – e os pequenos bailarinos do Meia Ponta. Entre as intérpretes, todas impecáveis, Stephanine Ricciardi conseguiu se destacar. A jovem, dona de movimentos muito delicados e precisos, parecia uma verdadeira sílfide e foi capaz de dançar e revelar sua alma. Pode-se dizer que “Chopiniana”, interpretado pela ETBB foi uma verdadeira aula de história da dança ao vivo, daquelas que todos deveriam ter oportunidade de assistir.
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