segunda-feira, 24 de maio de 2010

Tá rolando essa semana...

... Amanhã, dia 25 de maio (Dia Internacional do Sapateado) tem Sonia Mota, no Teatro Mars, em São Paulo. A bailarina estreia Divagar, ao lado de outras intérpretes. A montagem questiona a maturidade do corpo refletivo no tempo atual e destaca a atuação de quatro bailarinas, a maioria na casa dos 60 anos, que continuam dançando. Às 21h. O ingresso custa R$ 20 e R$ 10 e teatro fica na rua João Passalaqua, 80.

Na quarta-feira, dia 26, é a vez de Jorge Garcia e Jean Abreu, se encontrarem no palco pela primeira vez. A parceria do brasileiro e do londrinho está marcada para às 21h, na sala Crisantempo (rua Fidalga, 521), na Vila Madalena, em São Paulo. Após a apresentação tem bate-papo com os coreógrafos.

Ainda na quarta, o Divinadança estreia seu "Dans Le Noir", de James Nunes, no Centro Cultural São Paulo (rua Vergueiro, 100o), em São Paulo. A trupe fica em cartaz até dia 30, domingo e a entrada é gratuita. A direção geral é de Andrea Pivatto.

No dia 27, quinta-feira, às 21h, Luciana Bortoletto se despede do Sesc Pinheiros com seu "Entre Duas Linhas Vive o Branco". O trabalho integra o projeto Solos Urbanos - Fora do Palco. O Sesc Pinheiros fica na rua Paes Leme, 195, em São Paulo. Ingressos: R$ 10 e R$ 5.

Também no dia 27, o Núcleo de Improvisação, dirigido por Zélia Monteiro, encerra a temporada de seus Espetáculos Imprevisíveis, que foram realizados a partir do desenvolvimento do projeto “Sobre o Imprevisível ou De um Estudo para Outro há Sempre uma diferença de Tom. No Teatro de Dança (avenida Ipiranga, 344 | São Paulo), às 21h. Ingressos custam R$ 4 e R$ 2.

Na sexta-feira, dia 28, Zélia Monteiro leva outro espetáculo ao TD. Desta vez, às 21h, "Seis estudos para Flutuar" dá continuidade a mais de vinte anos de pesquisa e atuação artística de Zélia com a improvisação. No sábado, às 20h e domingo, às 18h, o espetáculo será reapresentado.

No sábado, dia 29, corra para Sorocaba. Às 19h, Teatro Municipal Teotônio Vilela (avenida Engenheiro Carlos Reinaldo Mendes s/n Paço Municipal) será realizada a terceira edição do Sorocaba Tap. Organizado e dirigido por Iara Ramos, da Athenas Academia, o festival promete surpresas no sapateado americano e irlandês.

E para fechar a semana (ou começar outra), domingo dia 30, no Sesc Interlagos (aveninda Manuel Alves Soares, 1100), às 16h, a Nau de Ícaros apresenta seu novo processo criativo. Por meio do contato com a obra inacabada, os participantes interferem e auxiliam na criação de novas cenas, que devem constituir o espetáculo completo posteriormente. A obra é inspirada em “Myrna – Não se Pode Amar e Ser Feliz ao Mesmo Tempo”, de Nelson Rodrigues.

Por esta semana, chega. Se procurar, ainda tem mais.

Tanta coisa... | O Rei e Eu

Cena de "O Rei e Eu" | Foto: Jairo Goldflus


Tanta coisa tem acontecido que eu confesso às vezes me assusto. Estou assustada. Tenho trabalhado muito. Mais do que imaginava, mas muito mais mesmo. E tipo tenho pensado muito no meu trabalho. Às vezes quando vejo, estou pensando nele. Doido.

E saudade do meu trabalho antigo? Eu tenho. Mas tenho saudade das pessoas, do poder fazer sem perguntar, do ter a certeza de que ficava bom e de no dia seguinte começar um novo desafio. Tenho saudade das risadas, da rotina sem rotina, dos textos múltiplos. Tenho saudade da zona de conforto. Da segurança que conquistei. É exatamente isso. Mas se me perguntarem se eu voltaria. Acho que não. Já vivi o que tinha que viver lá e foi lindo.

Estou feliz. O hoje me supre por dentro. Toma conta do meu corpo. Sempre tem algo para aprender. Dá vontade de fazer mais, criar mais, ter mais tempo. O tempo sem tempo. E por falar nele, como passa rápido. Minha nossa.

Esse blog nunca foi em primeira pessoa e agora ganhou novos contornos. Talvez porque eu também esteja diferente. Estranho, mas confortável.

Na semana passada fui assistir "O Rei e Eu", de Rodgers e Hammerstein (os mesmos que assinaram South Pacific, A Noviça Rebelde, Carousel e Oklahoma!), com direção geral de Jorge Takla, que está em cartaz no Teatro Alfa, em São Paulo. A peça foi inspirada no original Anna e o Rei do Sião, de Margareth Landon e ganhou versão brasileira pelas mãos do experiente Claudio Botelho.

O musical teve sua estreia na Broadway em 1951, com Yul Brynner e Gertrude Lawrence, nos papéis principais, que na versão brasileira são vividos por Tuca Andrada (Rei do Sião) e Claudia Netto (Anna Leonowens).

O Rei e Eu conta a história do poderoso e carismático Rei do Sião, atual Tailândia, que tinha dezenas de esposas e mais de setenta filhos, e de Anna, professora inglesa contratada para ensinar inglês e um pouco da cultura ocidental aos príncipes e princesas. Charmosa e voluntariosa, Anna passa por sérias dificuldades com as diferenças entre a cultura inglesa e a oriental, mas mesmo assim impõe suas idéias e suas posições, e aprende a compreender e aceitar as cultura e as tradições siamesas, tornando-se parte desta imensa família real.

O espetáculo é um convite aos olhos. A riqueza dos cenários assinados por Duda Arruk nos faz até parar de prestar atenção na narrativa para descobrir os detalhes. São muitos. Fábio Namatame, como sempre, um espetáculo parte. Seus figurinos impecáveis tornam qualquer espetáculo mais bonito. coreografia original de Jerome Robbins ganhou remontagem de Tania Nardini e a direção musical é do piracicabano Jamil Maluf.

Enfim... o tempo me aperta aqui. Sem mais detalhes, porém, uma dica: vale a pena ver.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

NOVO sentimento de NOVO


Marcela Benvegnu


Me perguntei muito se ia dar certo de novo. Se a emoção seria a mesma. Se os olhares se encontrariam novamente. Se a gente teria força para fazer. Se seria "perfeito" como o da primeira edição. Se as pessoas iam gostar. Se os professores seriam bons. Se teríamos alunos suficientes para pagar as contas. Se aconteceria de novo. Eram muitos "ses"....

Até que em um momento, quando o medo bateu e a Erika me perguntou: "Amiga, você ainda acredita e dança a nossa ideia, não é?", os "ses" se derreteram. A resposta saiu do coração e não poderia ser outra a não ser que eu acreditava e que a gente dançaria essa ideia juntas ainda por muitos e muitos anos, mesmo "se" a gente tivesse que vender o carro. No ano passado Erika me disse: "Se a grana não der eu vendo o carro". Eu acredito no projeto, mas antes acredito na nossa paixão, na nossa seriedade, na nossa forma de acreditar na dança e, sobretudo, no jazz. É por isso que dá certo. Já disse ano passado e digo novamente: O sim de uma é o sim da outra. A gente ja se entende por olhares. Não somos somente sócias. Não somos colegas. Somos amigas. Amigas de verdade. Respiramos o mesmo sonho.

Não foi fácil não. Depois que chegamos de NYC muito aconteceu. É a Suzi Taylor que estava contratada e engravida... a Rose Calheiros que não consegue embarcar. As inscrições que demoraram a decolar.

Mas num outro "e", as coisas foram dando certo, as inscrições se esgotaram e tivemos a lista de espera, a Sheila se revelou uma pessoa adorável e uma grande professora, o Josh mostrou que vai além da beleza física e é um professor que nos faz ter vontade de só olhar a sua dança, respirar o seu movimento, e Sue querida, que aceitou o convite no quinto tempo e embarcou de um dia para o outro com um programa completamente diferente do ano passado. Os brasileiros também mostraram o que fazemos por aqui. E com o tempo, com a respiração de 130 pessoas juntas, fomos sentindo outro tipo de emoção. Dançamos juntos. De novo. Criamos um novo círculo de amor. Que não tem começo, meio ou fim. Uma aliança. Nova, de novo.

Nos questionaram que a emoção era diferente do primeiro ano. Me questionei. Questionei a Erika. E descobri que não deveria e nem seria mesmo igual ao da nossa primeira edição. Isso porque cada vez que nos juntarmos para dançarmos a ideia do Congresso de Jazz Dance outra vibração estará no ar. Não tem como sentir a mesma coisa de novo.

O amor estava lá. O frio na barriga de dar certo. A vontade louca da Erika em ler os relatório de avaliação antes da entrega do certificado (de novo, mas eu já me acostumei). Os olhos brilhando dos alunos ao fim de cada aula. A alegria de acertar um passo difícil. O prazer em superar os seus próprios limites. As lágrimas em ouvir as lindas palavras da Sheila no último dia. O orgulho em dançar para si. O amor em se descobrir como um ser único.

Assim também é o Congresso. Único com suas particularidades, limitações. Único em sua essência de pensar. Não é unipotente. Só é único como todos que viveram aqueles intensos quatro dias com a gente.

Como precisamos das pessoas. Como precisamos de vocês. Como precisamos dos professores. Como preciso da Erika. A gente não dança essa ideia sozinhas. Precisamos sim, sim e sim de todos de novo. De todos que acreditam no nosso sonho, que vem de longe, de perto. Que dormem no alojamento, no hotel, na casa do amigo. Que trazem o dinheiro contado, que compram tudo na lojinha. Que tem experiência, que ainda estão aprendendo. Novos. Novo. Os de novo. Sempre.

O Congresso do Jazz e do amor aconteceu sim, novamente. Aconteceu dentro da gente. E agora, quando olharmos as fotos, quando vestirmos a camiseta vermelha que está guardada dentro do armário, quando começarmos a planejar a terceira edição (já começamos na verdade)... quando olharmos para trás e virmos que a lembrança, virou memória... estaremos contruindo história. História da dança, do jazz, da vida. E você é tão responsável por ela quanto a gente.

Obrigada mais uma "única" vez.

Até 2011, quando vamos dançar essa idéia, com um sentimento NOVO de novo!

Thank you, Dance!

by Judy Smith "