sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Ballet de Lyon transita entre Forsythe e Kylián

Marcela Benvegnu

No palco do Teatro Alfa — que completa dez anos de atividades em 2008 — entre os dias 23 e 26 de outubro estará uma das mais importantes companhias de todo o mundo, o Ballet de L’Opéra de Lyon. A companhia de dança francesa se apresenta com 30 bailarinos divididos em três coreografias de dois dos principais criadores do cenário mundial, William Forsythe e Jirí Kylián.
Com 30 anos de existência, a companhia apresenta um repertório de dança contemporânea rico na quantidade de coreografias e na variedade de estilos. Ao longo de sua história, abrigou marcantes coreógrafos residentes, entre os quais se destacam Maguy Marin (1992-1994) e Bill T. Jones (1994-1997). Suas releituras de grandes clássicos correram o mundo, como “A Gata Borralheira” e “Coppélia”, de Maguy, “Romeu e Julieta”, de Angelin Preljocaj, e “Quebra-Nozes”, de Dominique Boivin.
O repertório da companhia conta com coreógrafos europeus — Jean-Claude Gallotta, Dominique Bagouet e Tero Saarinen — e americanos — como Trisha Brown, Bill T. Jones, Lucinda Childs —, sem esquecer algumas das mais belas peças de Jirí Kylián, Mats Ek, William Forsythe, Nacho Duato e Ohad Naharin.
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PROGRAMA — O programa brasileiro da companhia conta com obras de expressão. “Duo”, de William Forsythe, “Symphonie de Psaumes” e “Bella Figura”, de Jirí Kylián. “Bella Figura”, de Kylián foi criada anteriormente para o Nederlands Dans Theater e posteriormente remontada para o Ballet de L’Opéra de Lyon. “Duo”, um trabalho para dois bailarinos, de Forsythe, também é uma remontagem e foi criada para o Ballet de Frankfurt em janeiro de 1996. A coreografia integra o repertório do Ballet de Lyon desde 2003. “Symphonie de Psaumes”, de Kylián, é uma montagem contemporânea para 16 bailarinos, com música de Igor Stravinsky.
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COREÓGRAFOS — Escolhido como o herdeiro “hard” de Balanchine, Forsythe deu à dança clássica seus signos de modernidade: desordenou-a e desestabilizou-a, desestruturando e dispersando os elementos coreográficos para reconstruí-los em um novo arranjo. Em seus espetáculos, a iluminação, a cenografia, a palavra, o vídeo entram em cena para fragmentar a visão, quebrar a linearidade do discurso e formar um ambiente que se move sem parar na direção de uma dança em desequilíbrio.
Já Kylián, que de 1975 a 1999 foi diretor artístico do Nederlands Dans Theater, é dono de um estilo enérgico e rigoroso de dança, com fundamentos em bases técnicas relativamente clássicas, sempre revisitadas de forma contemporânea. A escultura fluída do movimento de seus trabalhos é o traço imediatamente reconhecido e dominante de todas as suas criações.
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PARA VER — Ballet de L’Opéra de Lyon. No Teatro Alfa (rua Bento Branco de Andrade Filho, 722), em Santo Amaro, São Paulo. De 23 a 26 de outubro (quinta, sexta e sábado, às 21h, e domingo, às 18h). Os valor dos ingressos varia de R$ 50 a R$ 120. Mais informações (11) 5693-4000.

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