terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

"Cara Pálida" estréia no TD


Marcela Benvegnu


Assistente de direção da Escola Municipal de Bailados de S. Paulo e professor do curso Artes do Corpo da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, o coreógrafo Umberto da Silva — que em Piracicaba na década de 80 ministrou aulas do Studio 415 — estreou ontem, no Teatro da Dança (TD), de São Paulo, "Cara-Pálida". O trabalho ainda será apresentado hoje e amanhã, às 21h, e domingo, às 18h, no TD, e inaugura o projeto Artista da Casa da instituição, que pretende escolher, semestralmente, por curadoria, um artista para produzir uma obra inédita.
"Cara-Pálida" dá continuidade à pesquisa iniciada por Silva em 1988, com "O Homem que não Botava Ovo", e que se desenvolve ao longo de suas criações — "Tambores, Suor e Lágrimas", "Vinganças", "Tristão e Isolda", "Stress Sob as Estrelas", "Cachorro sem Dono", "Súbito Prazer", entre outros trabalhos — como investigação do universo masculino ocidental. O espetáculo se constrói no compromisso com a cena contemporânea, focando, por vezes com certa ironia, o indivíduo e sua responsabilidade em administrar as escolhas que faz diante de seus medos e incertezas.
Para Silva, "Cara-Pálida" é um corpo-ocidental domesticado, mas que aceita a utopia como forma regeneradora da sua existência e, portanto, de sua linguagem. "Ao aceitar os limites, o espetáculo transcende a própria materialidade e conduz ao resgate da capacidade de restauração de uma percepção sensorial elementar e integral", fala. "A natureza do ‘Cara-Pálida’ revela o não-conformismo no momento em que não se confina exclusivamente no território já conhecido e reconhecível, mas aventura-se por caminhos ainda não explorados, num imanente questionamento".
Ao assumir o risco da investigação, a dança desdobra-se em possibilidades compositivas inusitadas, mesmo que, por vezes, de forma quase previsível. "Cara-Pálida" roteiriza poemas, afirma o coreógrafo que apresenta o trabalho com o auxílio de Suiá Ferlauto na criação do espaço, Daniel Fagundes na trilha e Carlos Gaúcho na iluminação.
O espetáculo tem duração de 60 minutos e não é recomendado para menores de 12 anos.
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PARA VER — "Cara-Pálida", de Umberto da Silva, no Projeto Artista da Casa do TD — Teatro de Dança (avenida Ipiranga, 344 - subsolo do Edifício Itália). Hoje e amanhã, às 20h, e domingo, às 18h. Ingressos custam R$ 4 (inteira) e R$ 2 (meia-entrada). Mais informações: (11) 2189-2557.

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Thank you, Dance!

by Judy Smith "