Talvez os bailarinos não imaginem que Dora Angela Duncanon (São Francisco, 27 de maio de 1877 — Nice, 14 de setembro de 1927) seja Isadora Duncan, a revolucionária bailarina que criou o balé moderno e rompeu com os padrões e escolas da dança clássica. Em “Isadora — Uma Vida Sensacional”, livro de Peter Kurth, lançado no ano passado pela Editora Globo, escreveu “Eu sou inimiga do balé, o qual considero arte falsa e absurda, que de fato está fora de todo o âmbito da arte. Isto por não ser de maneira alguma natural, exigindo um esqueleto deformado e movimentos estéreis, cujo propósito é causar a ilusão de que a lei da gravidade não existe”.Isadora começou a dançar ainda criança e foram três as fontes de sua busca pela origem da dança: a natureza, a Grécia Antiga e si mesma. Acabou encontrando no plexo solar, fonte e origem de todo o movimento, algo muito diferente do que ensinavam as academias de balé da época. Em Londres, em 1900, encontrou um grupo de artistas e críticos — onde faziam parte o pintor Charles Halle e o crítico musical John Fuller-Maitland — que a iniciou na arte grega, no renascimento italiano e nas grandes sinfonias. Durante este período, usou a música de Chopin e Beethoven como inspiração. Isadora representou uma verdadeira revolução não só da dança, mas também dos costumes — as mulheres da época eram literalmente amarradas em diversas camadas de roupas — se libertou das sapatilhas e dançou descalça com longos vestidos soltos e lenços das mãos. Isadora era, para sua sociedade, a própria imagem da liberdade. Em ‘A Dança do Futuro’, discurso que fez em 1903, em Berlim, argumentou que a dança deveria ser parecida com a dança da Grécia Antiga, livre e natural, onde o bailarino deveria explorar os movimentos naturais do corpo humano e compará-lo com outras artes, inclusive a filosofia. Em 1904, inaugurou sua primeira escola de dança, em Berlim. Lá, começou a desenvolver suas teorias de ensino da dança e foi quando formou seu famoso grupo, conhecido, mais tarde como Isadorables. Contagiou o mundo e nos anos seguintes, inaugurou escolas na Alemanha, França e Rússia.Morreu tragicamente de acidente de automóvel — seu lenço ficou preso nas rodas de um carro — em Paris. Deixou um significado para a arte da dança, que ninguém mais representou, tanto que a dança moderna acabou. Onde se vê Isadora hoje? Não, moderno não é contemporâneo, muito menos estilo livre e passa longe, bem longe de dança-teatro.
quarta-feira, 9 de maio de 2007
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